Logística reversa e a era do trabalho inteligente

Na era do trabalho inteligente, a presença da tecnologia em meio aos processos empresariais aumenta a conectividade entre tudo e todos. Com isso, uma das grandes tendências dos próximos anos, a logística reversa (LR), seguramente estará inserida nesse contexto futuro. Trata-se de um sistema pelo qual os materiais já utilizados retornam ao setor produtivo.

É preciso estarmos sempre atentos à agilidade e à segurança das informações, à tratabilidade da comunicação e, acima de tudo, é fundamental acompanhar o que os consumidores dizem e anseiam. Afinal, são eles que ditam a aceitação das empresas no mercado.

Com a colocação em prática de sistemas de logística reversa, há uma grande chance de o impacto ambiental causado por produtos e serviços ser reduzido. Nesse sentido, rapidamente, observa-se a importância da migração da logística convencional – desde a produção, transporte e entrega dos produtos aos mercados em geral – para a logística reversa.

Com a logística reversa, novas ações devem ser colocadas em prática, assim como estratégias e métodos de coleta, além da reinserção dos diversos resíduos sólidos gerados e provenientes de diferentes segmentos para o devido reaproveitamento na cadeia produtiva.

Ainda se faz necessário aumentar a competitividade, passar uma boa imagem de nossas empresas para a sociedade e demonstrar a nossa evolução e benefícios para o mundo.

Por meio da aplicação da logística reversa e a fim de minimizar os impactos ambientais causados, é possível planejar o controle dos itens pós-consumo e/ou em função de avarias. O objetivo é evitar que produtos pós-uso sejam descartados na natureza ou enviados para aterros desnecessariamente.

Os desafios obviamente existem, porém novas oportunidades devem surgir. Com a aplicação da LR, mais riquezas e empregos serão gerados. Além disso, haverá uma maior sustentabilidade nas empresas.

No Brasil, a LR foi proposta por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecida pela Lei nº 12.305/2010 e implementada a partir de 2014. A legislação determina a existência de um acordo setorial entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes quanto à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

Essa responsabilidade envolve tanto as empresas privadas, responsáveis pela retirada dos produtos, quanto os órgãos públicos, que se responsabilizam pela criação de mecanismos de conscientização e educação dos consumidores.

A logística reversa pode ser desenhada a partir de três diretrizes básicas: o consumidor devolve o produto ou embalagem ao comerciante/distribuidor; esse comerciante ou distribuidor faz o envio para o fabricante/importador; por sua vez, o fabricante ou o importador encaminha o produto para a reutilização, reciclagem ou descarte adequado.

Destaca-se que, para uma boa aplicação da logística reversa, tanto o fabricante quanto as companhias envolvidas devem ter uma visão global da cadeia de suprimentos. Ao implementar essa estratégia, as empresas contribuem para que novos produtos sejam gerados, a partir de resíduos que seriam descartados. Dessa forma, o impacto ambiental é reduzido.

É de extrema importância a criação e existência de pontos de descarte, para que os materiais ou resíduos sejam reunidos em um único local, de tal forma que a coleta seja otimizada. Na sequência, o fabricante poderá incluir o ponto de coleta na mesma rota em que é feita a entrega. Assim, os caminhões que retornarem para o depósito poderão fazer o recolhimento do material descartado, agilizando todo o processo.

Além disso, a promoção de conscientização, disseminação e desmistificação do conceito de LR é essencial. As campanhas precisam incentivar os cidadãos a fazerem o uso criativo dos produtos. A colaboração criativa de todos os setores envolvidos também fará a diferença, mas é preciso ir além da noção tradicional de cooperação e trabalho em equipe. É uma oportunidade única de aproveitamento máximo de talentos e diversidade em grupo.

Sistemas de logística reversa resolvem problemas complexos e geram soluções surpreendentes. Visão ampla, objetivo comum e mudança positiva! Esse é o grande nó a ser desatado!

* Cris Baluta é conselheira e coordenadora do Grupo de Intercâmbio de Experiências em Meio Ambiente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná) e CEO da Roadimex Ambiental Ltda.

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