Seminário realizado pelo Sincabima apresenta detalhes sobre as normas IFS Global Markets 2, IFS Food 6 e Alergênicos para empresas da área de alimentos
O Sincabima realizou, no dia 9 de novembro, em sua sede, em Curitiba (PR), um seminário para a apresentação detalhada das normas IFS Global Markets 2, IFS Food 6 e Alergênicos – RDC 26 de 2015 para o setor alimentício. Desde 2003, a IFS (International Featured Standards) se destaca como norma líder para a cadeia de abastecimento alimentar.
Segundo a assessora técnica no Sincabima, Patrícia Amarante, há um movimento na indústria que busca ampliar a lucratividade e a competitividade no mercado. “Uma das alternativas é produzir produtos de marca própria, mas para isso a empresa precisa passar por várias auditorias voltadas à qualidade e à segurança de alimentos, seguindo normas como IFS, BRC ou FSSC 22000”, detalha. Depois de certificadas, as empresas passam normalmente por apenas uma auditoria anual e podem produzir para diversas marcas próprias. Com isso, ganham mais visibilidade no mercado.
A assessora explica que é uma tendência do mercado as indústrias obterem certificações, principalmente porque os consumidores estão mais atentos e exigentes. “No entanto, qualidade e segurança de alimentos não são consideradas mais um diferencial, e sim o mínimo necessário para a indústria”, pondera. Um ponto de destaque da IFS, segundo Patrícia, é que as empresas certificadas pela norma passam a fazer parte de um banco de dados, disponível para varejistas, grandes fabricantes, autoridades e empresas certificadas através do portal da IFS, o que amplia possibilidades de parcerias internacionais.
Controle de alergênicos
A coordenadora técnica de auditorias de segunda parte da SGS Brasil, Rosinely Martins, falou durante o encontro a respeito do programa de controle de alergênicos RDC 26, de 2015. Segundo ela, o controle já é feito e auditado há anos, inclusive no Brasil, e a legislação de 2015, portanto, tem como foco a padronização da informação. “O que mudou a partir da publicação destas normas é que a indústria passou a ter ciência sobre quais alergênicos precisam ter maior atenção, de acordo com a Anvisa, que são as proteínas que causam mais danos à saúde do consumidor aqui no Brasil”, expõe.
No caso do controle de alergênicos, a auditoria não é focada no produto, mas no sistema de gestão da empresa. “Nós avaliamos os procedimentos, a metodologia, como a empresa controla alergênicos na sua rotina e como os funcionários foram treinados, ou seja, vai além do controle analítico do produto”, explica Rosinely.
Para a especialista, eventos como este são importantes para a indústria, porque trazem orientações sobre o contato com o consumidor, que se informa por meio dos rótulos, propagandas, ações de marketing e eventos que as empresas realizam. “É fundamental que não só os órgãos de regulação, mas a indústria e as partes envolvidas orientem e envolvam cada vez mais o consumidor no assunto”, recomenda.
Balanço positivo
O evento contou com a participação de 19 representantes de dez empresas do Paraná e também de estados vizinhos, como a Pamplona Alimentos, de Santa Catarina. Segundo a gerente de Qualidade da indústria, Daiana Minatti, implantar as normas do IFS e certificar a empresa é uma das metas para 2018. “Nós já temos algum conhecimento a respeito, mas trouxemos colaboradores para terem acesso às informações e auxiliarem na implantação. Foi muito bom o Sincabima ter promovido este evento próximo de nós, porque geralmente os cursos sobre o tema são realizados em São Paulo”, diz.
A gerente de Qualidade da Lightsweet, Sorrailla Carolina Abrão, veio de Maringá para o encontro. A empresa já tem implantada a norma do BRC (British Retail Consortium) – certificação em Segurança Alimentar –, mas pretende aperfeiçoar ainda mais seus procedimentos. “As indústrias estão em busca de melhorias e diferenciais no mercado e, hoje, estas certificações são como pré-requisitos para nós”, comenta.
Para Sorrailla o treinamento foi positivo, porque trouxe informações não apenas teóricas, mas também voltadas à prática e ao cotidiano das indústrias. “O Sincabima tem contribuído muito para o crescimento das indústrias. Talvez, se não fosse por ele, não teríamos a oportunidade de compartilhar as melhores práticas e experiências, nem teríamos acesso a este conhecimento técnico”, avalia.