A fábrica Bala de Banana Antonina foi fundada em 1979 por João Soter Corrêa e seu filho José Carlos Corrêa, o Zeca ou Zequinha. A família, originária de Santa Catarina, decidiu trocar o palmito pela banana e contratou José Vital Régis (Sr. Zezo), um profissional experiente na área de doces, o primeiro baleiro da marca, e foram desenvolvendo a receita da bala. O “saber fazer” as balinhas é preservado nesses seus 42 anos de trajetória.
No início as balas eram vendidas sem papel em bancas instaladas em alguns trechos da BR-277 pelos próprios donos do negócio. “Esse fato explica a tradição de turistas e viajantes que compram as balas quando passam pelo litoral paranaense”, conta Rafaela Takasaki Corrêa, filha de José Carlos e diretora administrativa da empresa.
Apenas depois, as balas começaram a ser embaladas em papel verde, idealizado e desenhado por José Carlos, o Zeca. “A embalagem de papel é perfeita para nosso produto porque é natural, livre de conservantes, lactose e glúten e mantendo as propriedades nutritivas da banana”, complementa.
Após o desligamento de João Soter da empresa, Zeca e a esposa continuaram o negócio da família. “A empresa passou a crescer, adquiriu máquinas e iniciou-se a venda de porta em porta. A fábrica foi se adequando ao mercado e construindo uma linda e sólida relação com os clientes. A produção aumenta e a “bala do Zequinha” foi ganhando cada dia mais reconhecimento”, ressalta Rafaela,
A matéria-prima para a produção da bala é a banana caturra ou nanica e vem do litoral do Paraná, nos arredores de Guaraqueçaba. “Nossa fábrica compra a banana de pequenos produtores da região. Assim, fomentamos a economia local e contribuímos com o aumento da renda de inúmeras famílias”, acentua a diretora.
“Com o falecimento do meu pai em 2012, eu e minha mãe Analdina Takasaki Corrêa e meu irmão João Soter Corrêa Neto assumimos a direção e reorganizamos a empresa e aumentamos a produção”, conta Rafaela. “Foram necessários o reposicionamento da marca no mercado e o lançamento de novos produtos, mas as balas ainda são produzidas de forma artesanal”, observa.
A diretora administrativa conta que hoje a capacidade produtiva da fábrica é em torno de 800 quilos por dia, variando conforme a safra e as encomendas. “Contamos com 15 funcionários diretos e cerca de 30 indiretos, incluindo os produtores de banana”.
Aproximadamente 90% da produção são comercializados no litoral do Paraná, Curitiba e na região metropolitana da capital. “O restante é enviado para o resto do Brasil a clientes pontuais”, afirma. Rafaela destaca que para 2022 o plano da empresa é ampliar a produção da bala e de produtos personalizados.
“A fábrica, ao utilizar apenas papel para embalar as balas, reforça a nossa responsabilidade ambiental”, observa a diretora. “Continuamos com os valores do início do negócio que era compromisso do meu pai: produzir com excelência produtos de qualidade para os clientes, preservando o sabor e originalidade, buscando a melhoria contínua sem perder a essência, gerando o crescimento sustentável para a empresa e seu entorno”.
Hoje a Bala de Banana Antonina, associada ao Sincabima em 2016, é reconhecida pela tradição e qualidade na produção de balas de banana e outros produtos que representem a história da marca, inspirando o resgate de valores e tradição. Essa notoriedade, observa Rafaela, “também é devido à indicação geográfica de procedência, que faz a cidade de Antonina ser reconhecida nacionalmente como a cidade da bala de banana, incentivando o turismo e desenvolvimento local”.
Por fim, Rafaela afirma que “entendemos que, além de manter nossa bala sempre com o mesmo gostinho, ela se tornou uma troca de afeto. Nossos produtos traduzem esse amor, registram memórias e ajudam a contar histórias”.
