Será que o seu produto é comprovadamente seguro?

Então é Natal, e começamos a seguinte discussão: arroz é com ou sem uva-passa?

Brincadeiras à parte, os amantes desse ingrediente que divide opiniões, levaram um grande susto às vésperas do Natal, com a apreensão de 49 toneladas, nos postos de São Borja (RS) e Foz do Iguaçu (PR), áreas de fronteira do Brasil, no último dia 13 contaminadas por OCRATOXINA A. As frutas seriam usadas na fabricação de panetones na região metropolitana de São Paulo. A apreensão foi realizada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Essa substância presente nas uvas-passas é produzida por alguns tipos de fungos, que são tóxicos e prejudiciais à saúde quando não estão em condições ambientais adequadas. De acordo com o Mapa, durante a fiscalização constatou-se que uma das cargas apresentava quatro vezes o limite máximo permitido para uso da substância. Os limites máximos tolerados para micotoxinas em alimentos atendem aos critérios estabelecidos pela legislação vigente. “Ao exceder o limite permitido de micotoxina o produto torna-se tóxico, sendo prejudicial à saúde”, explica o coordenador de Fiscalização da Qualidade Vegetal, Tiago Dokonal.

Mas a ideia desse post não é fazer o comunicado da apreensão, mas sempre quando uma situação dessa acontece sempre vem à tona as reflexões. Pois bem, aí quero te fazer uma pergunta: Será que essa situação poderia ter sido evitada?

Aí te respondo que SIM!

Cada produto tem sua particularidade de controle, seja ela macroscópica, microscópica, microbiológica ou de contaminantes dos alimentos que produzimos.

Fazer um excelente controle das matérias primas usadas, selecionar fornecedores que tenham também compromisso com a qualidade e a segurança do insumo fornecido, ter boas práticas de fabricação, controle de processo, controle de qualidade em todas as etapas e o básico de todos bom negócio de alimentação, todos nós já sabemos!

A forma de garantir que você fornece um alimento seguro, e que todas as
práticas acima descritas são eficazes, é realizando a VERIFICAÇÃO delas e da sua
produção. Mas como fazer essa verificação?

  • Por meio de análises periódicas que validem os limites estabelecidos pela legislação vigente, aqui cito algumas delas:
  • RDC Nº 724, DE 1º DE JULHO DE 2022-Dispõe sobre os padrões microbiológicos dos alimentos e sua aplicação e se aplica a toda a cadeia produtiva de alimentos
  • IN Nº 161, DE 1º DE JULHO DE 2022 -Estabelece os padrões microbiológicos dos alimentos.
  • RDC Nº 722, DE 1° DE JULHO DE 2022 -Dispõe sobre os limites máximos tolerados (LMT) de contaminantes em alimentos, os princípios gerais para o seu estabelecimento e os métodos de análise para fins de avaliação de conformidade
  • IN Nº 160, DE 1° DE JULHO DE 2022 Estabelece os limites máximos tolerados (LMT) de contaminantes em alimentos. (metais, micotoxinas e outros contaminantes)
  • RDC Nº 623, DE 9 DE MARÇO DE 2022-Dispõe sobre os limites de tolerância para matérias estranhas em alimentos, os princípios gerais para o seu estabelecimento e os métodos de análise para fins de avaliação de conformidade (pelos humanos e de outros animais, partes indesejáveis de matéria-prima, fragmentos de vidros, entre outros).

Muitas legislações passaram por revisões esse ano e precisam ser revisadas todas as nossas práticas e limites que já vínhamos controlando em nosso dia-a-dia.

É de responsabilidade da empresa ter um programa de teste de produto que inclua as análises de verificação de acordo com o risco de cada controle. Os métodos, frequência e limites especificados devem ser documentados.

Importante ressaltar que o laboratório contratado deve ser credenciado por órgãos reconhecidos ou operado em conformidade com os requisitos e princípios da ISO/IEC 17025.

Você sabe quais análises de controle são aplicadas ao seu produto?

Então, vamos para a ação!

  1. Segregue os tipos de produtos que você hoje comercializa;
  2. Use os sites de pesquisa dos órgãos reguladores para conhecer as legislações que se aplicam para cada produto (ANVISA, MAPA);
  3. Entenda a gravidade e a ocorrência desse risco para definir a periodicidade dessa verificação;
  4. Faça um cronograma de análises para que não haja um grande impacto financeiro;
  5. Escolha laboratórios que sejam acreditados;
  6. Avalie o resultado das análises recebidas!

E se der algum resultado fora da especificação? Ah, esse é um assunto para outro post, em breve!. Caso tenha alguma dúvida que possamos te ajudar mande para sincabima@sincabima.org.br

Sorrailla Abrão
Engenheira de Alimentos

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